Goiânia – O corpo do professor da Universidade de São Paulo (USP) Leonardo Guimarães Garcia, de 46 anos, encontrado morto após três dias desaparecido, foi enterrado na manhã desta segunda-feira (20/12) no Cemitério São Miguel em Anápolis (GO), a 60 km da capital goiana.
Leonardo foi encontrado morto dentro do carro que conduzia, um Fox preto, por volta das 11h30 de domingo (19/12) em Canápolis (MG). Segundo familiares, a causa da morte foi confirmada como um acidente de trânsito. O veículo saiu da pista, deixando marcas por onde passou, e caiu em uma ribanceira, dificultando sua localização.
“Ele saiu da pista e perdeu o controle do carro. A gente ainda não consegue responder o que ocasionou a saída de pista, se foi chuva, se foi um carro que fechou. A gente refez o percurso del”, relatou ao Metrópoles o irmão do professor, o bombeiro Marcos Abrahão Monteiro de Paiva.
Buscas
Marcos participou das buscas por Leonardo durante o fim de semana, em uma área com extensão de 40 quilômetros. Irmãos da vítima chegaram a contratar um drone para auxiliar na procura. Em Goiás, familiares e amigos divulgaram fotos do professor nas redes sociais falando a respeito do desaparecimento e pedindo apoio para localizá-lo.
Equipes do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e Goiás encontraram o carro com o corpo às margens da rodovia BR-153. Apesar dos indicativos serem de acidente, perícias foram feitas no local da saída de pista e no veículo.
Leonardo e sua família são de Anápolis. Ele saiu da cidade na manhã de 16/12, onde visitava a mãe, com destino a Ribeirão Preto (SP). Nesta cidade, ele era professor e pesquisador da USP. Horas depois de ter deixado Anápolis, ninguém mais conseguiu falar com o educador.
A última vez que ele foi visto com vida foi por volta das 12h45, em Itumbiara, na divisa de Goiás com Minas Gerais.
Desde o início da pandemia, com a entrada das atividades no modo remoto, ele passou a maior parte do tempo junto da família em Goiás.
Intelectual da família
Marcos contou para a reportagem que Leonardo era muito próximo da mãe e motivo de orgulho para a família. De acordo com ele, o professor teria sido um dos mais jovens estudantes a entrar na USP, com menos de 18 anos.
“Meu irmão era uma pessoa boa demais. Educado, concentrado no serviço, competente. Ele era o super dotado da família, tinha uma inteligência superior”, lembrou o bombeiro Marcos.
Leonardo era doutor pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) na área de Informação Tecnológica e Estratégica. Ele era professor e pesquisador da USP de Ribeirão Preto nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Computação.