Flagrado por câmeras de segurança apontado a arma para um homem dentro de um elevador em hotel de Caldas Novas (GO), o policial militar de Minas Gerais, João Antônio de Oliveira, foi condenado a pagar multa no valor de R$ 4.848 pelo crime.
A decisão é do Juizado Especial Cível e Criminal de Caldas Novas (GO), e resultou de um acordo entre o militar e o Ministério Público. Durante a audiência, a vítima, Bruno Eduardo Rodrigues, disse não concordar com a transação penal realizada pela promotoria.
O acordo celebrado entre MP e condenado prevê a prestação pecuniária consistente no depósito judicial no valor de quatro salários mínimos, dividido em oito parcelas de R$ 606 cada. A primeira tem vencimento para no dia 10 de março deste ano.
Entenda o caso
Oliveira é apontado como o policial militar lotado em Paracatu (MG) e que mirou a arma para Rodrigues, dentro de um elevador do Hotel Casa da Madeira, em Caldas Novas (GO).
De acordo com a Polícia Civil da cidade goiana, o caso aconteceu porque a vítima teria questionado sobre o limite de pessoas dentro do elevador, em respeito às regras sanitárias impostas para evitar a propagação da Covid-19.
Rodrigues relatou que estava dentro do elevador com o sobrinho de 5 anos e um outro adolescente, de 14, quando o equipamento foi acionado até o subsolo e o PM, acompanhado pela esposa e pelo filho, entrou no local.
Nesse momento, Rodrigues diz ter alegado que havia somente quatro adesivos, tipo “pegadas”, no chão do elevador. Assim que a porta do equipamento fechou, o homem questionou o PM sobre a necessidade de respeitar o limite de pessoas no ambiente.
A esposa do PM entrou na conversa e teria respondido que o comunicado na parede do elevador indicava capacidade máxima para oito ocupantes. Rodrigues a chamou de mal-educada.
Imagens obtidas pelo circuito interno do hotel registraram a ação. O PM agarra a camiseta da vítima, saca a arma e a aponta para o peito de Rodrigues.
Ainda segundo consta na ocorrência, o PM teria dito para a vítima: “Respeita a minha mulher. Quem você pensa que é? Tá pensando que você está falando com quem?”.
Rodrigues não reagiu à ação – apenas levantou as mãos e calou-se. Logo depois, o elevador parou no segundo andar e a família saiu.
A Polícia Militar de Goiás (PMGO) foi acionada e, quando a equipe da corporação chegou ao estabelecimento, o acusado tentou fugir pela garagem. Ele foi impedido pela direção do hotel, que fechou o portão do local para que a PMGO fizesse a abordagem.
A ocorrência aponta que o policial também reside no Distrito Federal, em Vicente Pires.
O boletim foi registrado na Delegacia de Polícia de Caldas Novas (GO), como ameaça. As imagens do circuito interno do hotel também foram disponibilizadas para averiguação e investigação da corporação.