16/05/2017 às 07h32min - Atualizada em 16/05/2017 às 07h32min

Violência mata um PM do DF por mês

sepultamento de Luciano Pereira, na tarde de ontem, foi marcado por homenagens da PM e a dor e a revolta da família

CB/D.A Press
 
 

O cabo Luciano Pereira, assassinado em confronto com menores após ter a arma roubada em Aparecida de Goiânia, foi o segundo policial militar do DF morto este ano. Mais duas pessoas morreram na confusão: um dos infratores e uma jovem de 18 anos.

 

De 2015 até hoje, 32 militares do Distrito Federal acabaram mortos em serviço e em horário de folga — o equivalente a uma morte por mês. O número de feridos entre 2015 e 2016 é mais alto: são 246 no total e aproximadamente 10 por mês. O caso de Luciano Pereira, 39 anos, vítima, no último sábado, de um latrocínio em Aparecida de Goiânia (GO), cidade 22km distante da capital do estado, se soma a outros que revelam o peso da violência contra quem atua nas forças de segurança. “É grande a quantidade de policiais que andam armados fora do serviço. Isso ocorre por causa do alto padrão de violência no Brasil. Os agentes se sentem mais seguros com o artefato, porém, em alguma situação de conflito, pode haver problemas”, disse o coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança. “Durante o expediente, os policiais costumam estar acompanhados. Fora, quando estão sozinhos, deixam de ter toda a cobertura da profissão, por isso, em muitas das ocasiões, acabam se tornando vítimas”, acrescentou.

 

“O que temos para ressaltar é que nós, policiais, não nos rendemos no combate ao crime. Vamos continuar nessa luta, mesmo que, muitas vezes, também sejamos vítimas”, ressaltou o major Cláudio Peres, comandante do batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), em que Luciano trabalhava. Segundo o major, o policial era dedicado ao serviço e alegrava o ambiente com uma postura extrovertida. “Ele era muito brincalhão e morreu combatendo o crime. Deixou a mãe, a mulher e duas filhas, de 6 e 12 anos”, lamentou.

 

Despedida

 Num dia em que famílias costumam estar reunidas em prol das mães, duas mulheres viveram momentos de dor. Amparadas por amigos e parentes, Ana Paula Pereira e Samanta Borgato se despediram do cabo Luciano. A primeira é mãe e a segunda, esposa do militar. O brasiliense era carismático, solidário e “paizão”, como definem conhecidos.

 

O velório de começou às 13h de ontem no Cemitério de Sobradinho, cidade em que ele morava. O sepultamento foi às 17h30, com homenagens da corporação. Ao menos 400 pessoas compareceram. A cerimônia foi marcada pelo inconformismo com o crime e por homenagens de capoeiristas e militares. Os sons do berimbau e de sirenes, duas paixões da vítima, embalaram os momentos de despedida. Entre os colegas de profissão, Luciano era conhecido pela dedicação à corporação. O subtenente Alessandro Teixeira, trabalhou diretamente com o policial. “São quatro anos de amizade. Ele era uma pessoa excelente, quando chegava ao serviço, alegrava a todos. Sempre estava pronto para atender tudo o que lhe era pedido. Como profissional, zelava pelas técnicas. Era extremamente competente, um ótimo amigo. É uma perda irreparável para todos nós”, lamentou. 

 

 Luciano estava na Polícia Militar havia 14 anos. O comandante-geral da PM, Marcos Antônio Nunes, lamentou a morte do cabo. “Era um excelente policial, trabalhava numa tropa especializada, com grande produtividade e relevantes serviços no DF. Além disso, atuava com projetos sociais. Era um funcionário exemplar, um homem de grande valor, que deixa a corporação consternada com a sua partida.”

 

Luciano Pereira, que desenvolvia um projeto social de capoeira em Sobradinho, por meio do qual também tirava crianças das ruas, estava em Aparecida de Goiânia para participar de um evento ligado ao esporte. Além das duas filhas, o agente deixou órfãos alunos do projeto. “Eu sempre me espelhei no Luciano. Ele era um amigão e companheiro. Quando soubemos da morte dele, não acreditamos”, disse, consternado, Gerson dos Santos, professor de capoeira.

 

 “Estava seguindo com os meus filhos para o projeto de capoeira quando fomos avisados. É algo inacreditável. A certeza que fica é a de que ele nos deixou muitos ensinamentos”, contou. A mulher de Luciano, que também é cabo da Polícia Militar, a mãe da vítima e outros familiares não quiserem comentar o caso.

 

Agressões a agentes

 

Policiais militares do DF mortos

 

Em serviço:

 

2015: 4 2016: 3

 

Fora de serviço

 

2015: 13 2016: 10 2017: 2

 

 

O cabo Luciano Pereira, assassinado em confronto com menores após ter a arma roubada em Aparecida de Goiânia, foi o segundo policial militar do DF morto este ano. Mais duas pessoas morreram na confusão: um dos infratores e uma jovem de 18 anos.

 

De 2015 até hoje, 32 militares do Distrito Federal acabaram mortos em serviço e em horário de folga — o equivalente a uma morte por mês. O número de feridos entre 2015 e 2016 é mais alto: são 246 no total e aproximadamente 10 por mês. O caso de Luciano Pereira, 39 anos, vítima, no último sábado, de um latrocínio em Aparecida de Goiânia (GO), cidade 22km distante da capital do estado, se soma a outros que revelam o peso da violência contra quem atua nas forças de segurança. “É grande a quantidade de policiais que andam armados fora do serviço. Isso ocorre por causa do alto padrão de violência no Brasil. Os agentes se sentem mais seguros com o artefato, porém, em alguma situação de conflito, pode haver problemas”, disse o coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança. “Durante o expediente, os policiais costumam estar acompanhados. Fora, quando estão sozinhos, deixam de ter toda a cobertura da profissão, por isso, em muitas das ocasiões, acabam se tornando vítimas”, acrescentou.

 

“O que temos para ressaltar é que nós, policiais, não nos rendemos no combate ao crime. Vamos continuar nessa luta, mesmo que, muitas vezes, também sejamos vítimas”, ressaltou o major Cláudio Peres, comandante do batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), em que Luciano trabalhava. Segundo o major, o policial era dedicado ao serviço e alegrava o ambiente com uma postura extrovertida. “Ele era muito brincalhão e morreu combatendo o crime. Deixou a mãe, a mulher e duas filhas, de 6 e 12 anos”, lamentou.

 

Despedida

 Num dia em que famílias costumam estar reunidas em prol das mães, duas mulheres viveram momentos de dor. Amparadas por amigos e parentes, Ana Paula Pereira e Samanta Borgato se despediram do cabo Luciano. A primeira é mãe e a segunda, esposa do militar. O brasiliense era carismático, solidário e “paizão”, como definem conhecidos.

 

O velório de começou às 13h de ontem no Cemitério de Sobradinho, cidade em que ele morava. O sepultamento foi às 17h30, com homenagens da corporação. Ao menos 400 pessoas compareceram. A cerimônia foi marcada pelo inconformismo com o crime e por homenagens de capoeiristas e militares. Os sons do berimbau e de sirenes, duas paixões da vítima, embalaram os momentos de despedida. Entre os colegas de profissão, Luciano era conhecido pela dedicação à corporação. O subtenente Alessandro Teixeira, trabalhou diretamente com o policial. “São quatro anos de amizade. Ele era uma pessoa excelente, quando chegava ao serviço, alegrava a todos. Sempre estava pronto para atender tudo o que lhe era pedido. Como profissional, zelava pelas técnicas. Era extremamente competente, um ótimo amigo. É uma perda irreparável para todos nós”, lamentou. 

 

 Luciano estava na Polícia Militar havia 14 anos. O comandante-geral da PM, Marcos Antônio Nunes, lamentou a morte do cabo. “Era um excelente policial, trabalhava numa tropa especializada, com grande produtividade e relevantes serviços no DF. Além disso, atuava com projetos sociais. Era um funcionário exemplar, um homem de grande valor, que deixa a corporação consternada com a sua partida.”

 

Luciano Pereira, que desenvolvia um projeto social de capoeira em Sobradinho, por meio do qual também tirava crianças das ruas, estava em Aparecida de Goiânia para participar de um evento ligado ao esporte. Além das duas filhas, o agente deixou órfãos alunos do projeto. “Eu sempre me espelhei no Luciano. Ele era um amigão e companheiro. Quando soubemos da morte dele, não acreditamos”, disse, consternado, Gerson dos Santos, professor de capoeira.

 

 “Estava seguindo com os meus filhos para o projeto de capoeira quando fomos avisados. É algo inacreditável. A certeza que fica é a de que ele nos deixou muitos ensinamentos”, contou. A mulher de Luciano, que também é cabo da Polícia Militar, a mãe da vítima e outros familiares não quiserem comentar o caso.

 

Agressões a agentes

 

Policiais militares do DF mortos

 

Em serviço:

 

2015: 4 2016: 3

 

Fora de serviço

 

2015: 13 2016: 10 2017: 2


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »