Em tom de ameaça, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar, nesta sexta-feira (23/9), em botar um "ponto final" em “abusos de outro Poder”, em referência ao Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração ocorreu durante comício em Divinópolis, Minas Gerais. O estado é o segundo maior colégio eleitoral, com 10,41% do total de eleitores do país, e tem histórico decisivo nas eleições.
"O Brasil é um país livre. Vocês sabem que vocês estão tendo cada dia mais a sua liberdade ameaçada por outro poder, que não é o Poder Executivo. E nós sabemos que devemos botar um ponto final nesse abuso que existe por parte de outro Poder", completou, emendando, que, se reeleito, "todos, sem exceção, jogarão dentro das quatro linhas da Constituição". “Ninguém é dono de nada aqui. Eu não mando na presidência, tenho limites. Assim é dentro de cada Poder.
Ninguém manda na República a não ser o nosso povo. A vontade desse povo se fará presente após as eleições em sua plenitude”, disse ao lado do vice de sua chapa, o general Walter Braga Netto.
O presidente lembrou ainda da facada recebida em 2018 no Estado. “É uma satisfação retornar à minha segunda terra natal. Aqui, eu ganhei uma nova vida. Aqui, Deus me escolheu para ser presidente da República”, disse sendo ovacionado ao som de “mito”.
Bolsonaro também atacou Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamando-o de “ladrão”. E completou: “Hoje nós não temos oposição, temos bandidos que querem o mal da sua população e nós vamos derrotar esse pessoal nas urnas no próximo dia 2 de outubro”, bradou.
O chefe do Executivo sinalizou melhora na economia, queda no preço dos combustíveis e defendeu pautas ideológicas, como a antiaborto. “Quem se eleger presidente esse ano, indica dois para ocupar o STF ano que vem. Pode ter certeza, eu sendo reeleito, esses dois que entrarão, jamais serão favoráveis ao aborto também”. Por fim, afirmou que os bolsonaristas são “maioria”. “Nós venceremos em primeiro turno”.
Na quinta-feira, Bolsonaro afirmou que certas decisões de ministros do STF "atrapalham e muito" a gestão dele e, consequentemente, "o destino da nação". E voltou a dizer que, após as eleições, "o Brasil vai voltar à normalidade porque esses abusos vão deixar de existir". No entanto, não teceu maiores comentários sobre o que pretende fazer.