Marcos do Val deu provas de que não traiu Rogério Marinho na eleição à presidência do Senado. Questionado por um parlamentar bolsonarista, o senador demonstrou indignação.
Foi então que retirou o celular do paletó e abriu conversas no WhatsApp com Rodrigo Pacheco, que superou Marinho, e seu fiel escudeiro Davi Alcolumbre. Enviadas antes da eleição, as mensagens de Marcos do Val diziam:
“Desculpe, mas nesta eleição vou votar no Rogério Marinho”.
A desconfiança sobre Marcos do Val ocorreu após flagrante de um longo abraço em Davi Alcolumbre depois da votação, que é secreta. “Meu presideeente!”, alegrou-se do Val ao avistar Alcolumbre, em vídeo que viralizou no Twitter.
Na mesma rede social, Marcos do Val justificou que construiu relação de amizade com Alcolumbre quando este presidiu o Senado e o ajudou a destinar recursos para combate à Covid-19.
Outro ponto que pesou para a suspeita de traição foi o fato de Rogério Marinho ter tido apenas 32 votos, quatro a menos do que a expectativa de bolsonaristas.
A suspeita de traição que recaiu sobre Marcos do Val foi, inclusive, determinante para que ele decidisse gravar uma live dizendo que Bolsonaro o coagiu a tentar dar um golpe de Estado. Após a repercussão negativa, o senador voltou atrás e tentou incriminar apenas o deputado federal Daniel Silveira, já preso.
E, para voltar de vez aos braços do bolsonarismo, pediu o afastamento de Alexandre de Moraes do inquérito que mira o ex-presidente.
De denunciante a suspeito
Como brinde pelo conjunto das divergentes declarações que deu, do Val virou alvo de investigação determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Marcos do Val protagonizou uma live bombástica na madrugada de quarta para quinta-feira. Deu entrevistas como nunca antes nas outras 24 horas. E, agora, vai ter que abrir a boca para a Polícia Federal.
Se antes recaía sobre Marcos do Val acusação de bolsonaristas de “trair” Rogério Marinho, agora recaem as suspeitas, da Justiça, de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação no curso do processo.