O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou, com outros 27 deputados, um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A justificativa, segundo os parlamentares, é o fato de Lula ter "relativizado a democracia", após encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que veio ao Brasil em 29 de maio. A declaração de Lula foi feita no evento Foro de São Paulo, em Brasília, em 29 de junho.
Entre os deputados que assinam o pedido estão Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP). Os parlamentares argumentam que Lula deve ser cassado e perder os direitos políticos por oito anos. "O fato de o presidente de uma República pautada na dignidade da pessoa humana e na prevalência dos direitos humanos afirmar que a Venezuela é uma democracia não é condizente com dignidade, a honra e o decoro do cargo ocupado, praticando, portanto, crime de responsabilidade", diz o texto.
Na quinta-feira (29/6), em entrevista à Rádio Gaúcha, Lula afirmou que o conceito de democracia é relativo e que a Venezuela realiza mais eleições que o Brasil. "A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim. Eu gosto de democracia, porque a democracia que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez. Por isso que eu gosto da democracia e a exerço na sua plenitude. Aqui, eu acho que o mundo inteiro sabe que a governança do PT é exemplo de exercício da democracia", disse.
No mesmo dia, na abertura do Foro de São Paulo, o presidente Lula comentou que ser chamado de comunista é motivo de orgulho, e não uma ofensa. “Eles nos acusam de comunistas, achando que nós ficamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos. Ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazista, de neofascista, de terrorista. Mas de comunista, de socialista, nunca. Isso não nos
ofende. Isso nos orgulha muitas vezes”, disse, na ocasião.
Para os parlamentares, essa fala "levanta preocupações em relação à sua adesão aos princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito, que busca preservar as liberdades individuais, proteger os direitos humanos e garantir a participação cidadã em um ambiente plural e democrático". Dos 28 deputados que assinam o pedido de impeachment, 22 são do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido foi assinado na última sexta-feira (30/6).
Veja a lista dos deputados que pedem o impeachment de Lula:
Paulo Bilynskyj (PL-SP);
Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS);
Zé Trovão (PL-SC);
José Medeiros (PL-MT);
Sargento Gonçalves (PL-RN);
Coronel Meira (PL-PE);
Daniel Freitas (PL-SC);
Carla Zambelli (PL-SP);
Delegado Eder Mauro (PL-PA);
Delegado Caveira (PL-PA);
Bia Kicis (PL-DF);
Fábio Costa (PP-AL);
Coronel Chrisóstomo (PL-RO);
Junio Amaral (PL-MG);
Maurício Marcon (Podemos-RS);
Capitão Alden (PL-BA);
Sanderson (PL-RS);
Luiz Philippe de O. Bragança (PL-SP);
Gilvan da Federal (PL-ES);
Nikolas Ferreira (PL-MG);
Mário Frias (PL-SP);
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
Dr. Frederico (Patriota-MG);
Messias Donato (Republicanos-ES)
Daniela Reinehr (PL-SC);
Abílio (PL-MT);
Silvia Waiãpi (PL-AP);
Marcos Pollon (PL-MS).