O Hospital Regional de Ceilândia (HRC) terá, até agosto, o dobro da capacidade para o atendimento de crianças em estado grave, com risco iminente de morte. Serão quatro leitos no boxe de emergência, com equipamentos e pessoal necessários para atender pacientes vítimas de acidentes, quedas ou violência, dentre outras situações. “A grande maioria são casos de doenças respiratórias graves”, conta a supervisora de pediatria do HRC, Carmem Delamar.
Além da ampliação de leitos, foram incluídas nas adequações a revisão e a atualização da parte elétrica, hidráulica e da rede de gases medicinais. Uma das principais mudanças é a instalação de pontos de vácuo em todos os leitos infantis, essenciais para fazer a aspiração de pacientes, especialmente em casos de doenças respiratórias graves. “É para dar uma assistência mais adequada, com tudo o que a criança tem direito”, resume a supervisora.
“Trabalhar em um ambiente que está todo adequado é bem diferente”Carmem Delamar, supervisora da emergência pediátrica
Até mudanças que aparentam ser meramente estéticas, como adesivos infantis, foram pensados para aperfeiçoar a dinâmica no local: neste caso, servem para dar mais privacidade a quem estiver em situação grave no boxe de emergência e preservar o equilíbrio emocional dos demais pacientes (crianças em situação estável e seus acompanhantes).
Diariamente, a emergência pediátrica do HRC admite até 100 crianças, em diferentes classificações de gravidade. As de casos mais graves recebem classificação de risco vermelha e são encaminhadas diretamente para o boxe de emergência, onde há equipes preparadas para estabilizar o paciente e fazer os procedimentos necessários. No espaço, são atendidas tanto crianças transferidas pelos serviços de emergência – como o Corpo de Bombeiros (CBMDF) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – quanto aquelas levadas por adultos.
O HRC é referência para a região administrativa mais populosa da capital e também acolhe pacientes vindos de outras partes do DF e de estados vizinhos.
Sala vermelha
Os serviços de adequação no HRC envolvem ainda a “sala vermelha”, para onde são levados adolescentes, adultos e idosos em risco iminente de morte. Às melhorias nas redes elétrica, hidráulica e de gases, soma-se o reforço da climatização no local, uma medida necessária principalmente quando a capacidade máxima de cinco pacientes é atingida. “Usamos muitos monitores, então a sala esquenta demais, além da parte humana”, conta a supervisora da sala, Fernanda Angélica Paulino.
De acordo com a servidora, dependendo da situação, são necessários vários profissionais para dar assistência a um único paciente. “Já contei 20 pessoas para um atendimento, entre médicos, equipe de enfermagem, fisioterapeutas e do Samu, que permanecem enquanto há a estabilização”, relata.
As equipes fazem turnos de seis a 12 horas e, somente em junho, promoveram 125 atendimentos diversos, como casos de acidente vascular cerebral (AVC), parada cardiorrespiratória, intoxicação, picada de cobra, crise convulsiva, fraturas, acidentes de trânsito, perfuração por arma de fogo e arma branca, traumatismo craniano e pneumonia, dentre outras situações. “Na sala vermelha é onde conseguimos salvar vidas e muitas vezes saímos bem exaustos”, afirma.
Melhorias para pacientes e servidores
O diretor administrativo da Região Oeste de Saúde, Roberto Henrique M. Mendes, destaca que as melhorias têm sido possíveis graças aos contratos de manutenção regular assinados no ano passado pela Secretaria de Saúde (SES-DF). Adequações têm sido realizadas também em unidades básicas de saúde (UBSs) e no Hospital Regional de Brazlândia (inserido na mesma região).
Parte dos serviços envolvem avanços visíveis, como é o caso da pintura e da substituição de assoalhos, medidas necessárias para facilitar a limpeza. Também há adequações corretivas, como a modernização da parte elétrica, o que evita mau funcionamento de equipamentos e garante a disponibilidade dos leitos. Há, ainda, intervenções simples, mas que trazem ganhos no dia a dia das atividades, como as reformas dos armários onde ficam guardados os equipamentos. “São melhorias para a população e para os servidores”, afirma o administrador.
A supervisora da emergência pediátrica, Carmem Delamar, ressalta os serviços como um fator de motivação para quem atua nos locais. “Trabalhar em um ambiente que está todo adequado é bem diferente”, agradece.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF