O estado de Goiás é a terceira unidade da federação com mais empregadores na Lista Suja do Trabalho Escravo. No total, são 37 casos de trabalho análogo a escravidão que deixam Goiás atrás apenas de São Paulo, com 44, e Minas Gerais, com 112.
Segundo a Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRT-GO), o setor com mais números de trabalhadores em situação de trabalho escravo é o do cultivo da cana-de-açúcar e soja, produção de carvão vegetal, extração de madeira e serviços domésticos.
Roberto Mendes, auditor fiscal do trabalho, afirma que esses trabalhadores vivem em situações precárias. De acordo com Mendes, as pessoas são encontradas dormindo em locais sem asseio, sem camas ou sem roupa de cama, além de não terem instalações sanitárias.
“Em alguns casos eles laboram até 15h por dia, principalmente na função do carbonizador, que é o que queima o carvão. Eles não recebem equipamentos de proteção individual e às vezes têm de providenciar a própria água”, disse o auditor.
Resgate
Até o momento, foram resgatados 479 trabalhadores goianos em situação análoga à escravidão em 2023. O número representa um aumento de 76,7% em relação a 2022. De acordo com Mendes, a alta é vista como um sinal de que as pessoas estão mais encorajadas a denunciar o trabalho escravo.
A fiscalização também monitora o tráfico de pessoas para as práticas abusivas. O auditor explicou que em 90% dos casos há presença de terceirização. “Se não fossem as poucas condenações que existem, o número destes casos poderia ser muito maior.
Denúncia
As denúncias podem ser expostas sem que o denunciante se identifique por meio do site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É necessário fornecer informações sobre o local do caso que dê mais relevância para o registro. O órgão informou que detalhes e arquivos como fotos ajudam nas investigações.