12/01/2024 às 07h37min - Atualizada em 12/01/2024 às 07h37min

"Estamos convivendo com uma igrejofobia", diz Eli Borges

Líder da bancada evangélica na Câmara, parlamentar criticou movimento criado nas redes sociais para pedir investigação contra entidades religiosas

​"Fatos isolados são usados para macular uma instituição vital para a rotina e perpetuação dos valores advindos do cristianismo" - (crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Após internautas iniciarem uma campanha a favor da abertura de uma investigação contra as igrejas evangélicas, o deputado Eli Borges (PL-TO), líder da Frente Parlamentar Evangélica, criticou a movimentação e condenou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tema. Segundo ele, o Brasil está “convivendo com a igrejofobia”.

 “É perceptível e lamentável que estamos convivendo com a igrejofobia, quando fatos isolados são usados para macular uma instituição vital para a rotina e perpetuação dos valores advindos do cristianismo”, afirmou Borges ao Correio nesta quinta-feira (11/1).

Ontem, perfis movimentaram as redes sociais com pedidos para que seja instaurada uma CPI das Igrejas Evangélicas. O assunto chegou a ser um dos mais comentados no X (antigo Twitter), em contraponto à polêmica envolvendo a CPI da Câmara dos Vereadores de São Paulo que mira o padre Júlio Lancellotti.

Os usuários do X argumentam que, diferentemente do padre, que faz trabalhos voluntários para ajudar a população em situação de rua, as igrejas evangélicas recolhem milhões de reais em dízimo e, mesmo assim, são livres de impostos. Os internautas também apontam suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e uso político das instituições religiosas.

“O segundo motivo é o uso político dessas igrejas. A isenção de impostos não pode servir de trampolim político para ninguém, para nenhum líder religioso. Além disso, muitos fiéis buscam na igreja um alento espiritual, não é justo que líderes religiosos se aproveitem desse sofrimento para ter algum tipo de ganho político, para manipular politicamente a fé alheia”, argumentou o professor e político Thiago Bagatin, em vídeo que circula nas redes sociais.

Sobre isso, o líder da bancada evangélica na Câmara respondeu se tratarem de “fatos isolados”. “Somos cerca de 70 milhões de evangélicos no país, mais de 200 mil ministros, não se pode pegar fatos isolados e comprometer a instituição igreja. É bom lembrar que fazemos um gigantesco trabalho social praticamente a custo zero para o erário público”, defendeu Eli Borges.

“Se buscamos imunidade é porque isso está garantido pela Constituição Federal, e também porque o Estado brasileiro é laico. Em outro ângulo, os membros das comunidades religiosas já pagam impostos, se a igreja pagar teríamos aí uma bitributação”, alegou o deputado. “Quem deve que pague, só respeitem o processo legal”, concluiu.


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