Sete donos de pequenos comércios, vítimas de extorsão, já reconheceram os dois ex-policiais militares (ex-PMs) mortos em confronto com equipes do Batalhão Rural na GO-070, em Goianira, na última quinta-feira (21/3). O reconhecimento ocorreu por meio de fotografias. A troca de tiros terminou com mais um suspeito morto e 2 homens presos. De acordo com a corporação, o grupo integrava uma quadrilha especializada em extorquir comerciantes.
Após o confronto, as vítimas que estiveram na delegacia relataram que os criminosos sempre chegavam dizendo ter recebido a denúncia de que eles estariam comercializando cigarros contrabandeados. A extorsão ocorria após apreensão ilegal de cigarros, quando suspeitos exigiam altas quantias para que não os autuassem os empresários.
Extorsão: Ex-PMs eram considerados indivíduos perigosos
Apontado como de alta periculosidade, o sargento Ismael Severino da Silva, de 50 anos, havia sido excluído da corporação em 2015, e cumpriu pena de mais de mais de 10 anos no Presídio Militar, em Goiânia, por homicídio, e latrocínio. Além dele, morreram no confronto o tenente reformado (aposentado) Adair Pereira de Sousa, de 55 anos; e Ronay Florentino da Costa, de 46 anos, que nunca integrou a PM e já havia sido preso por latrocínio e homicídio.
Os três suspeitos que morreram estavam em um carro modelo HB 20 quando foram abordados na tarde de quinta-feira, na saída de Goianira. Apuração do Mais Goiás constatou que o trio andava sempre armado e com distintivos da polícia para abordar proprietários de pequenos comércios da região metropolitana em busca de extorsão. Vídeos de câmeras de segurança registraram os suspeitos agindo em locais diferentes, sempre chegando e saindo no HB20 em que foram abordados anteontem.
No carro onde eles estavam, os militares do Batalhão Rural encontraram dinheiro, caixas de cigarros contrabandeados, carteiras com brasão da polícia, uma pistola e dois revólveres.
Presos confirmaram versão apresentada pelas vítimas
Na mesma rodovia onde ocorreu o confronto, a PM prendeu, em um veículo modelo VW GOL, dois homens que segundo as investigações também integravam a quadrilha comandada pelos ex-PMs. A dupla, de acordo com a polícia, era responsável por revender os cigarros apreendidos ilegalmente pelo trio que morreu no confronto.
Muitas das vezes, segundo apurou a Polícia Civil, os cigarros eram revendidos para o mesmo comércio onde haviam sido apreendidos pelos falsos policiais. A PC e a PM acreditam que a divulgação das fotos dos três mortos fará com que novas vítimas os reconheçam e compareçam para denunciá-los. As identidades dos dois presos não foram reveladas.