A deputada federal e presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), Gleisi Hoffmann (PT-PR) voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, neste sábado (18.mai.2024) pelas ações à frente do banco estatal.
A deputada paranaense disse que Campos Neto “sabota” a economia com “seu comportamento irresponsável e arrogante”. Os comentários se referem ao corte de 0,25 ponto percentual na Selic anunciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) em 8 de maio. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia diretamente as alíquotas que serão cobradas de empréstimos, financiamentos e investimentos. No mercado financeiro, impacta o rendimento de aplicações.
Hoffmann também criticou a fala que Campos Neto deu durante uma entrevista ao Estadão. Indagado porque ele não telefonou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antes da redução ser publicada, Campos Neto respondeu:.
“Já teve muitas mudanças de guidance – estou aqui há quase 6 anos – e em nenhum momento passou pela minha cabeça ligar para o ministro Paulo Guedes para falar que eu achava que o guidance ia mudar para A, B ou C. É uma prerrogativa do Banco Central, que tem autonomia. Nunca fiz isso no governo anterior e com certeza não planejo fazer neste”, declarou.
Gleisi disse que Campos Neto, de fato, não avisa o governo, mas que ele “avisa o mercado”, citando uma palestra que o economista participou em Nova Iorque onde ele sinalizou uma desaceleração em relação aos cortes da taxa básica de juros.
A deputada também criticou a autonomia do BC “nas mãos de um presidente bolsonarista, é só em relação ao governo eleito contra sua vontade” e que “Para o mercado e os especuladores ele entrega tudo, de mão beijada e com antecedência”.
Crítica a ex-presidentes do BC
A deputada do PT também criticou ex-presidentes do BC por críticas à política fiscal do governo. Ex-chefes do banco estatal se reuniram na sede em Brasília na 6ª feira 17 de maio para celebrar 30 anos do Plano Real.
No encontro, Pedro Malan, que foi presidente da entidade entre 1993 e 1994, disse que uma sociedade e um governo que não têm compromisso fiscal firme encontrarão formas de expandir os seus gastos independentemente do estatuto jurídico do BC. Ele defendeu ainda que o governo precisa estabelecer prioridades e disse que a responsabilidade social é compatível com a fiscal.
Já Persio Arida, que ocupou o cargo em 1995, disse que Lula foi “arqui-inimigo” do Plano Ral na década de 1990, enquanto o povo brasileiro “endossou” o programa. Ele ainda disse que Lula inventou a “retórica da herança maldita“, o discurso de que teria recebido uma estrutura econômica ruim de FHC (Fernando Henrique Cardoso) e por isso teria entraves na matriz econômica durante o seu mandato.
Gleisi disse que durante gestões “tucanas” no BC, o país tinha 57,4% de dívida líquida e que o governo Lula 1 derrubou a dívida para 37,1% nos 2 primeiros mandatos. Disse ainda que estava a 38% no governo de Dilma Rouseff e que depois do impeachment- o que chamou de “o governo do golpe, que eles apoiaram“- elevou o percentual para 57% em 2 anos.
Gleisi disse que durante gestões “tucanas” no BC, o país tinha 57,4% de dívida líquida e que o governo Lula 1 derrubou a dívida para 37,1% nos 2 primeiros mandatos. Disse ainda que estava a 38% no governo de Dilma Rouseff e que depois do impeachment- o que chamou de “o governo do golpe, que eles apoiaram“- elevou o percentual para 57% em 2 anos.