O PT em chamas na disputa pela presidência do partido

Diante de uma ofensiva do grupo de Gleisi, aliados de Edinho Silva preparam registro de sua candidatura para os próximos dias

10/03/2025 07h21 - Atualizado há 1 dia
O PT em chamas na disputa pela presidência do partido
Lula e Edinho: sucessão no PT pegando fogo — Foto: Ricardo Stuckert/PR

Nas últimas 72 horas, subiu às alturas a temperatura da sucessão de Gleisi Hoffmann na presidência do PT.

As divergências entre os apoiadores de Edinho Silva, candidato preferido por Lula, e o grupo de Gleisi têm sido intensas há cerca de um ano. Mas agora o caldo entornou.

O motivo foi uma reunião ocorrida na noite de quinta-feira no apartamento da futura ministra das Relações Institucionais para tratar do tema com o presidente.

No encontro, que não constou da agenda de Lula, petistas adversários da candidatura de Edinho elencaram diversas razões pelas quais ele não seria eleito em julho, mês em que ocorrerá a eleição. E disseram ao presidente que estão trabalhando para viabilizar outra candidatura. Lula, que apoia Edinho, apenas ouviu.

A partir daí, lideranças da corrente petista Construindo o Novo Brasil (CNB) que são pró-Edinho iniciaram ontem a coleta de assinaturas para registrar sua candidatura já nos próximos dias.

Está sendo gestado ainda um texto-manifesto com as propostas do ex-prefeito de Araraquara para o futuro do partido.

O objetivo é um só: consolidar a ideia de Edinho ser um candidato com amplo apoio da corrente majoritária do PT, e de lideranças de outras correntes. Ele é apoiado, entre outros, por José Dirceu, Jaques Wagner, Wellington Dias, Alexandre Padilha, Fernando Haddad, além do próprio Lula, entre outros.

O registro iminente da candidatura de Edinho praticamente encerra negociações que tentavam uma unidade dentro da CNB, corrente majoritária do PT e da qual Gleisi, Washington Quaquá, Jilmar Tatto e outros que se opõem a Edinho também integram.

Entre os apoiadores do ex-prefeito disseminou-se a convicção de que Lula teria sido levado a uma armadilha quando aceitou ir à casa de Gleisi, uma vez que o convite teria sido  para um diálogo de pacificação do PT com o membros da Executiva nacional pertencentes a corrente majoritária.

O tom que preponderou, no entanto, foi o de ataques a Edinho. O ex-prefeito, por exemplo, foi criticado por ter comparecido recentemente a um almoço oferecido por Marta Suplicy em que Antonio Palocci estava presente. A aliados, o ex-prefeito disse que a lista de convidados foi de responsabilidade de Marta.

Diz um petista graúdo, que apoia Edinho:

— Todo esse contexto, incluindo vazamentos da reunião com o objetivo de enfraquecer o Edinho destruiu qualquer espaço para a construção da unidade. Vamos para o debate, vamos debater com a militância do PT todas as práticas de dirigentes que se agarram aos seus cargos com inexplicável sede de poder. Não dá mais para adiar.


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