A comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que viajou ao Japão tem celebrado os resultados das interações com autoridades políticas e empresários do país. Nessa terça-feira (25), cerca de 200 empresários brasileiros tiveram uma reunião com o grupo diplomático.
Entre as metas do governo brasileiro está a abertura do mercado de carne bovina e suína. Existe uma perspectiva de que, ao ampliar a venda desses itens, possa inclusive baixar o preço da carne no Brasil.
A conta se deve ao fato de que uma ampliação das vendas fortaleceria a pecuária brasileira. A leitura das autoridades brasileiras do Comércio Exterior é de que, como o brasileiro valoriza mais a parte traseira do boi e o japonês à parte dianteira, uma ampliação do comércio favoreceria a rentabilidade do setor, potencialmente diminuindo preços.
Mas o objetivo não para neste item. Há ainda representantes de vários outros setores, como o etanol. Representantes da Associação Brasileira da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e da Raízen, uma das maiores produtoras do país, estão envolvidos nas negociações.
Nessa quarta-feira (26), um acordo foi fechado para a compra de 15 aviões da brasileira Embraer pelo grupo japonês All Nippon Airways (ANA). O produto, de altíssimo valor agregado, contribuirá com a estratégia brasileira.
Em entrevista à CNN, o presidente da Agência Brasileira para a Promoção das Exportações (Apex), Jorge Viana, destacou que, há cerca de dez anos, o fluxo comercial dos países vem caindo.
O volume de negócios, que era de US$ 17 bilhões em 2011, hoje está em cerca de US$ 10 bilhões por ano.“Um dos objetivos principais da viagem é atrair investimentos para o Brasil. Estamos dialogando com marcas como a Toyota e o grupo Mitsui.
Vamos ter a Expo Mundial, em Osaka, no mês de abril, com o Pavilhão Brasil, para mostrar o potencial que temos de ampliar as nossas relações comerciais, especialmente de itens manufaturados”, diz Viana.
A próxima parada da comitiva de Lula é o Vietnã, parceiro comercial que vem estreitando relações comerciais com o Brasil nos últimos anos.
Os dois países fazem parte de um grupo de quatro parceiros comerciais que estão na mira de uma força-tarefa de órgãos que une o Ministério de Indústria e Comércio, Ministério da Agricultura, Itamaraty e Apex.
“Traçamos quatro mercados em potencial: Vietnã, Japão, Coreia do Sul e Turquia. Só com o Japão são 130 anos de relação bilateral”, diz Viana.
Veja abaixo os principais itens exportados e importados na relação entre o Brasil, Japão e Vietnã. Os dados se referem ao ano de 2024 e são da plataforma ComexStat, do governo federal.
Exportações para o Japão (11° maior parceiro comercial)
total em 2024: US$ 5,5 bilhões
1. Carnes (aves e miúdos): US$ 1,1 bi
2. Minério: US$ 1 bi
3. Café e chá: US$ 563 mi
4. Cereais: US$ 515 mi
5. Alumínio: US$ 387 mi
Importações do Japão (10° maior parceiro comercial)
total em 2024: US$ 5,4 bilhões
1. Reatores nucleares, caldeiras e máquinas: US$: 1,2 bi
2. Veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios: US$ 1,2 bi
3. Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: US$: 719 mi
4. Instrumentos e aparelhos de óptica, de fotografia, de cinematografia e aparelhos médico-cirúrgicos: US$ 448 mi
5. Produtos químicos orgânicos: US$ 291 mi
Exportações para o Vietnã (18° maior parceiro comercial)
total em 2024: US$ 4 bilhões
1. Cereais: US$ 1,2 bi
2. Algodão: US$ 1 bi
3. Sementes e frutos oleaginosos: US$ 495 mi
4. Resíduos e desperdícios das indústrias alimentares; alimentos preparados para animais: US$ 427 mi
5. Café e chá: US$ 156 mi
Importações do Vietnã (14° maior parceiro comercial)
total em 2024: US$ 3,6 bilhões
1. Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: US$ 1,8 bi
2. Reatores nucleares, caldeiras, máquinas: US$ 392 mi
3. Borracha: US$ 351 mi
4. Sapatos: US$ 224 mi
5. Peixes e frutos do mar: US$ 136 mi