Jovem luta pela vida após ser agredido em Urutaí; família suspeita de homofobia

José Matheus foi atraído para uma emboscada por dois menores onde foi atacado com a ajuda de outro homem

01/04/2025 08h35 - Atualizado há 1 dia
Jovem luta pela vida após ser agredido em Urutaí; família suspeita de homofobia
José Matheus foi encontrado com ferimentos graves e está internado em uma UTI (Reprodução Redes Sociais)

Um jovem de 22 anos está lutando pela vida após ser espancado na madrugada de domingo (30), em Urutaí, sudeste de Goiás. A família da vítima, identificada como José Mateus Mariano, suspeita que o crime tenha motivações homofóbicas. Segundo relatos, ele teria sido atraído por dois menores até uma praça, onde outro homem o aguardava para a emboscada.

Após o ataque, José Mateus foi socorrido e levado em estado grave para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde segue internado e aguarda vaga em outra unidade para realizar uma tomografia, pois, segundo o hospital, o equipamento está temporariamente fora de serviço para manutenção.

De acordo com Juliana Martins Mariano, prima de José Mateus, ele estava em um comércio quando foi chamado por outros jovens para ir com eles até a praça. “Eles o chamaram, ele foi com eles até a praça central da cidade e, de repente, foi seguido e agredido de forma brutal”, relatou. A violência foi tamanha que, ao escutar os gritos, o primo de Mateus correu para ajudá-lo. “Ele chegou a tempo de ver os agressores chutando o Matheus, fazendo toda sorte de maldade com ele”, contou.

Luta pela vida e sem previsão de transferência para exame de urgência

A vítima foi inicialmente socorrida e levada para um hospital em sua cidade, mas, devido à gravidade dos ferimentos, foi transferida para a capital, onde está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo Juliana, as informações que chegaram à família indicam que ele sofreu ferimentos graves, incluindo um corte profundo na cabeça e fraturas nas costelas, o que pode ter causado lesões em órgãos internos. “Ele precisa de uma tomografia urgente. Sem esse exame, os médicos não conseguem avaliar a gravidade completa dos ferimentos”, destacou.

A família está preocupada com a demora no atendimento. “Ele chegou ao hospital em Goiânia por volta da manhã, e até agora não fez a tomografia. A preocupação é que a demora possa agravar a situação dele, porque tempo é vida”.

A motivação homofóbica é apontada por muitos como a razão do crime, e Juliana não tem dúvidas. “Todos que estavam com ele naquele dia acreditam que foi um crime homofóbico. Os agressores são conhecidos dele. Dois deles são menores e moradores de Urutai. O outro é aluno do IF Goiano, mas não sabemos se ele tinha alguma relação com o Matheus”.

Em investigação, a Polícia Militar identificou os agressores, sendo dois menores de idade e um adulto que seria estudante do IF Goiano, no entanto, ele participação no crime. De acordo com boletim de ocorrência, os dois menores foram apreendidos e encaminhados para a Delegacia de Polícia, enquanto o adulto foi detido, mas logo liberado.

“Meu primo está lutando pela vida, e o que a gente mais quer é justiça. Isso não pode ficar impune”, concluiu Juliana, ressaltando o pedido de resposta rápida das autoridades. O caso segue sendo investigado.

Em nota, o Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdomiro Cruz (HUGO) informou que o serviço de tomografia está temporariamente suspenso. A previsão é que o atendimento seja normalizado ainda nesta semana. Enquanto isso, os pacientes estão sendo encaminhados a outras unidades de saúde. No caso de José Mateus, o hospital informou que já está verificando a possibilidade de transferência para a realização do exame.

Leia a nota do Hospital de Urgências de Goiás (HUGO) na íntegra:

“O Hospital de Urgências de Goias Dr. Valdemiro Cruz (HUGO) informa que o serviço de tomografia está temporariamente suspenso em virtude de uma reforma e manutenção de equipamentos. A previsão de

regularização é ainda para esta semana. Neste período, os pacientes que necessitam desse serviço estão sendo direcionados a outros hospitais.”


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