Duas entidades que representam oficiais de justiça divulgaram uma nota nesta quinta-feira criticando a "filmagem indevida" da oficial de Justiça que levou uma intimação ao ex-presidente Jair Bolsonaro em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
No texto, as organizações afirmam repudiar "de forma veemente a filmagem indevida e não autorizada e a divulgação sensacionalista e não consentida da atuação da Oficiala de Justiça, conduta que não apenas viola sua intimidade e honra funcional, como também busca distorcer os fatos e comprometer sua imagem perante a sociedade".
A nota é assinada pelo Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais (SINDOJAF) e pela Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais/BR).
Na quinta-feira, a oficial levou a Bolsonaro uma intimação do resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que o tornou réu pela suspeita de participar de uma tentativa de golpe de Estado.
O ex-presidente divulgou um vídeo em suas redes sociais do momento em que recebe a profissional e questiona se ela tinha "ciência que está dentro de uma sala de UTI". Em seguida, faz críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação. O vídeo dura onze minutos.
Bolsonaro está há dez dias internado no hospital DF Star, em Brasília. O ex-presidente foi internado para passar por mais uma cirurgia para tratar uma obstrução parcial do intestino.
Em nota, o STF informou que os demais réus na ação penal foram citados entre os dias 11 e 15 de abril, para que apresentem suas defesas. No caso do ex-presidente, em virtude de sua internação, a ordem foi aguardar uma data em que ele pudesse receber o oficial de Justiça. "A divulgação de live realizada pelo ex-Presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)", informou o tribunal.