Pai de bebê torturada em Anápolis diz que recusou guarda da filha por medo da ex

Mãe torturava a criança e fazia chantagem para tentar reatar a relação com o ex-companheiro

10/05/2025 07h08 - Atualizado há 8 horas
Pai de bebê torturada em Anápolis diz que recusou guarda da filha por medo da ex
Após recusar por medo, pai quer guarda de bebê torturada (Foto: reprodução)

O pai da bebê vítima de torturada e ameaças por parte da mãe, em Anápolis, voltou a pedir a guarda da filha após afirmar inicialmente à polícia que não tinha condições de criar a criança. Segundo a delegada Aline Lopes, responsável pela investigação, o homem disse que recusou ficar com a menina por medo da ex-companheira, que seria violenta não só com ele, mas também com sua família e com parentes dela mesma. O pedido de guarda está sendo avaliado pela Justiça.

“Ele afirmou que teria recusado ficar com a menina no dia anterior por medo da genitora da criança. Segundo o pai, a bebê ficaria com a avó paterna, enquanto ele estava trabalhando. A mãe da criança seria muito violenta, já teria ameaçado a mãe dele também”, relatou a delegada.

O caso foi registrado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) no sábado (3), depois que o pai, um empresário de 51 anos, denunciou a ex-companheira, de 28 anos, por agressões contra a filha do casal. A mulher teria usado a criança para tentar forçar o ex a reatar o relacionamento.

A investigação revelou que a mãe enviava fotos e vídeos da menina machucada ao pai, exigindo que ele atendesse suas ligações e a procurasse. Em tom ameaçador, a mulher disse que continuaria batendo na bebê ou até poderia matá-la. Em uma das mensagens, afirmou: “hoje estou com vontade de matar nossa filha e depois te matar. Estou com tanto ódio de você que já estou pensando em matar essa criança. Eu não quero ela mais”. Em outro trecho, disse, “Se você não resolver isso, vou deixar o corpo dela na sua calçada. Jogo ela em um saco preto na sua porta. Não estou brincando”.

A situação se agravou na terça-feira (6), quando o pai recebeu mais de 100 mensagens com novas ameaças e procurou novamente a polícia. “Nós fomos até a casa e retiramos a menina com a intervenção do Conselho Tutelar. Nesse momento, a mãe ainda não havia sido presa. O genitor afirmou que não tinha condições de ficar com a menina”, disse a delegada Aline.

A mulher chegou a sair para comemorar quando o Conselho Tutelar levou a bebê para um abrigo, anunciando que finalmente estava livre da menina. Em seguida, foi ao salão de beleza e saiu para consumir bebidas alcoólicas. Durante o depoimento à delegada, ela afirmou, “Estava cansada de ter que abrir mão da minha vida por causa da criança”. Já para os agentes, teria dito que, caso a bebê não fosse levada logo, ela a jogaria pela janela.

A mãe da criança está presa e vai responder pelo crime de tortura, e de acordo com a investigadora, a pena pode chegar a oito anos. A menina segue acolhida provisoriamente, e a definição sobre a guarda está sob responsabilidade do Conselho Tutelar. A Polícia Civil solicitou medidas protetivas para que a mãe não se aproxime mais da criança.


  • Ir para GoogleNews
Notícias Relacionadas »