A taxa de desemprego no Brasil registrou uma redução de 0,6 ponto percentual no trimestre encerrado em maio, ficando em 6,2%. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (27/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde.
O número de pessoas desocupadas foi de 6,8 milhões, uma queda de 8,6% em comparação com o trimestre encerrado em fevereiro. A população ocupada foi de 103,9 milhões, um aumento de 1,2%. Desses, 39,8 milhões são trabalhadores com carteira assinada.
Outro destaque foi a quantidade de desalentados, pessoas sem ocupação e que não buscam um trabalho, que teve uma redução de 10,6%, para 2,9 milhões, menor patamar desde 2016.
Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, os dados mostram um mercado de trabalho aquecido com o aumento de vagas formais. “Os principais responsáveis para a redução expressiva da taxa de desocupação foram o aumento do contingente de ocupados, que cresceu 1,2 milhão de pessoas, naturalmente reduzindo a desocupação, além de taxas de subutilização mais baixas”, comentou.
Queda na informalidade
A taxa de informalidade foi de 37,8% no período, o que corresponde a 39,3 milhões de trabalhadores informais. O índice é inferior ao verificado no trimestre móvel anterior, que era de 38,1%. A queda na informalidade é consequência da estabilidade do contingente de trabalhadores sem carteira assinada, acompanhada da alta de 3,7% do número de trabalhadores por conta própria com CNPJ.
Já a taxa composta de subutilização da força de trabalho — percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada — ficou em 14,9%.
Rendimento
O rendimento médio mensal real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 3.457 no trimestre de março a maio de 2025, resultado estável. O maior número de pessoas ocupadas ampliou a base de rendimentos. A massa de rendimento real habitual, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, atingiu R$ 354,6 bilhões, batendo novo recorde, uma alta de 1,8% no trimestre.
“Como o rendimento médio real permaneceu estável, consequentemente ocorreu aumento da massa de rendimentos, ou seja, a maior massa de rendimentos resultou quase exclusivamente da expansão do volume de ocupados, e não de aumento do rendimento médio”, explicou o analista da pesquisa.