A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira, 8, o deputado federal João Rodrigues (PSD-SC), em cumprimento ao mandado de prisão determinado na quarta-feira (7) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar foi condenado em segunda instância a cinco anos e três meses em regime semiaberto por dispensa irregular de licitação.
A acusação é de quando Rodrigues assumiu interinamente a prefeitura de Pinhalzinho (SC), por 30 dias, em 1999. O caso iria perder a validade ainda neste mês de fevereiro, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que a pena fosse cumprida imediatamente em dezembro do ano passado.
Segundo nota divulgada pela manhã, levantamento da Polícia Federal, com apoio das autoridades dos Estados Unidos e do Paraguai, identificou que o deputado estava no exterior e havia alterado seu bilhete de passagem, mudando o destino final do Brasil para o Paraguai.
“Com receio de que ocorresse a prescrição da execução da pena, prevista para a próxima segunda-feira (12), a Polícia Federal comunicou o fato ao Ministro Alexandre de Moraes, presidente da Primeira Turma do STF, que autorizou a inclusão em difusão vermelha no banco de dados da Interpol. Com base nisto, João Rodrigues foi impedido de entrar no Paraguai e tendo sido embarcado em voo rumo a Guarulhos/SP, onde foi preso”, diz a nota da PF.
Em vídeo gravado e enviado pela defesa do deputado à imprensa, o próprio parlamentar fala sobre sua prisão. Ele afirma que estava retornando com a família de Orlando e o destino seria Campinas, São Paulo. No entanto, diante da decisão do STF, ele decidiu mudar para Assunção, no Paraguai.
“Eu quis evitar o constrangimento da minha família. Por isso, descemos em Assunção para amanhã de manhã fazer o deslocamento de carro até Chapecó, onde sexta-feira, conforme já havia anunciado, estaria me apresentando à Polícia Federal para início de cumprimento de pena, já que tinha mandado de prisão em andamento”, afirma o deputado no vídeo.
Na quarta-feira, o advogado de defesa do deputado, Marlon Bertol, afirmou que não havia previsão para a prisão acontecer e que apresentaria um pedido de suspensão do mandado ao STF. Ele disse que Rodrigues estaria no Brasil, mas sem informar em qual cidade.
No vídeo, o deputado João Rodrigues afirma que seus advogados trabalharão para reverter o caso. “Até porque meu caso não tem dano, não tem desvio de dinheiro, não tem rombo. A pergunta que eu faço: qual é o valor do desvio? Não tem valor nenhum. Mas, muito bem. A Justiça é para todos. Ela precisa ser cumprida”, afirma o parlamentar.