Não tem jeito mesmo. Mudam os políticos, mas as práticas viciadas e de desrespeito eleitoral continuam. Com raras exceções, o político brasileiro não vale um vintém. Faltam-lhe escrúpulo, dignidade, ética e moralidade para com o eleitor.
Ora, que grande safadão é o ex-prefeito João Dória! Interrompeu precocemente o mandato para alçar a voos mais ambiciosos, sem consultar o seu eleitor. Claro que o fato não é nenhuma novidade, pois José Serra procedeu da mesma forma. A política não pode continuar sendo um autêntico balcão de negócios para atender a conveniências particulares de políticos.
O ex-prefeito João Dória deveria ter um mínimo de respeito ao instituto do voto, ou seja, ao eleitor, que elege um cidadão para o cumprimento de mandato até o fim. Lembrando ao senhor Dória que estelionato eleitoral é imoral e somente os políticos biltres desrespeitam o voto recebido.
Mas em época de eleição, os candidatos se apresentam ao eleitor, como cordeirinhos desmamados, para pedir por amor de Deus o seu voto. Porém, depois de eleitos, costumam dar uma banana ao eleitor como se não lhe devesse nenhuma satisfação, e largam o mandato. Como se observa, trata-se de políticos imorais, irresponsáveis e, portanto, desmerecedores de consideração da sociedade.
Se o eleitor fosse mais politizado e responsável não deveria votar em político moleque, que comete estelionato ao interromper o seu mandato.
É por isso que a nossa política, entre outras coisas, é esta pouca-vergonha.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC