04/05/2018 às 05h29min - Atualizada em 04/05/2018 às 05h29min

Polícia busca última foragida de assassinato de travesti em Taguatinga

O crime aconteceu em 26 de janeiro do ano passado dentro do Centro de Distribuição dos Correios e teve como vítima a travesti Ágatha Lios, de 22 anos

Jbr

Ainda falta uma prisão para solucionar de vez o assassinato da travesti Ágatha Lios, de 22 anos. O crime aconteceu em 26 de janeiro do ano passado. Após a detenção da penúltima suspeita em São Paulo (SP), no dia 5 de março – uma travesti que utiliza o nome social de Bruna -, a polícia agora está à procura da última envolvida. Samira, ou Francisco Delton Lopes de Castro, está foragida.

O caso é investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

De acordo com a delegada-adjunta do Decrin, Érica Luna, a suspeita pode estar próxima do Distrito Federal. “Depois do assassinato, três das quatro envolvidas foram para Manaus (AM) na tentativa de fugir, e apenas Samira permaneceu na região. Acreditamos que ela está em Goiânia (GO), vivendo com um companheiro”, comenta.

Duas das travestis que foram para a capital amazonense acabaram presas em 18 de julho de 2017, após o envolvimento em um roubo na região: Lorrane Castro e Carol Andrade.

Foto: Breno Esaki/Jornal de Brasília

Bruna teria se separado das colegas semanas antes do acontecimento e seguido para a capital paulista. Ali, ela continuava fazendo programas para sobreviver. “Nós recebemos a informação sobre o paradeiro dela e informamos à Polícia Civil de São Paulo. Eles efetuaram a prisão e a encaminharam para o DF”, detalha a delegada.

Atualmente, Bruna encontra-se em uma cela especial, separada dos outros presos, no complexo penitenciário masculino.

Além do homicídio de Ágatha, Bruna já respondia por uma tentativa de homicídio ocorrida em 2016, em São Paulo. “Ao que parece, ela e outra travesti acabaram roubando um cliente quando viram que ele estava com muito dinheiro. A vítima foi esfaqueada, mas conseguiu sobreviver”, confirma Érica.

Todas as envolvidas vão responder por homicídio qualificado e podem pegar de 12 a 30 anos de prisão. Agora, as buscas da Decrin vão se intensificar para localizar e prender Samira. Quaisquer informações sobre o paradeiro dela, que possui o registro oficial no nome de Francisco Delton Lopes de Castro, devem ser repassadas à Polícia Civil.

Relembre o crime

De acordo com a delegada. Ágatha tinha uma rivalidade com as outras travestis. “Ela era bem bonita. Então, as outras começaram a se sentir ameaçadas ao ver que a rival estava  fazendo clientes na área delas. As travestis deram um ultimato para a vítima sair dali e ir se prostituir em outro lugar. Entretanto, Ágatha persistiu e acabou morta”, relembra Érica.

No dia do assassinato, Lorrane, Carol, Bruna e Samira sabiam que a vítima estava próxima da região e decidiram pedir um Uber para segui-la. Foi iniciada uma perseguição, que só acabou dentro de uma unidade dos Correios. As quatro criminosas conseguiram conter Agatha e a esfaquearam até a morte, para depois fugirem.

Segundo Érica, a disputa de território de garotas de programa e travestis é bastante comum na região. “É um problema sério e recorrente. Inclusive, já montamos operações para desarticular o esquema de prostituição que acontece ali”, conclui.


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