31/08/2018 às 06h27min - Atualizada em 31/08/2018 às 06h27min

DRÁCON ENTERRA CELINA LEÃO

Notibras

Se a Lei de Drácon valesse para o Brasil, Celina Leão (PP), estaria morta fisicamente. Mas, para sorte da distrital que tenta agora uma cadeira entre os 513 deputados federais, ela morrerá apenas politicamente. A sentença que encerra a carreira política da parlamentar foi dada nesta quinta, 30, pelo Superior Tribunal de Justiça.

Envolvida em corrupção – segundo denúncia do Ministério Público acatada pelo Poder Judiciário -, Celina não tem mais para onde fugir. E o pobre eleitor, que se mostra forte e brada por políticos probos, foge dela.

Foi nos idos dos anos 600 antes de Cristo, a quem tanto Celina se apega com a Bíblia evangélica debaixo dos braços, que Drácon, estadista grego, criou seu código. Roubou, morte. Nada de cela, tornozeleira eletrônica ou prisão domiciliar.


Por certo – e por mais que tenha memória curta -, o brasiliense ainda tem em mente, às vésperas de mais uma eleição, as estripulias de Celina. E as recordações são agora reforçadas pelos ministros do STJ, que negaram habeas corpus que invalidaria provas colhidas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil no âmbito da Operação Drácon.E Drácon, que assustava corruptos antigamente, virou o calvário de Celina Leão. É verdade que a Justiça brasileira não jogou a deputada para ser devorada na cova dos leões ou ser esquartejada em uma arena por gladiadores sedentos de sangue. Mas colocou ela nas mãos do eleitor, que cobra com severidade a aplicação da lei da ficha limpa para os políticos sujos. E nisso, a sociedade será severa. Não vai transigir.

Ao ser condenada, inclusive com a perda do cargo de presidente da Câmara Legislativa, Celina tentou desacreditar o Judiciário de Brasília. E bateu nas portas de uma instância superior. Mas deu com os burros n’água. Ela agiu furtivamente. Porém, câmeras de segurança despiram as falcatruas e deixaram à mostra seus gestos impróprios.

A deputada vive hoje atormentada. O cenário à sua volta é repleto de fantasmas que a aterrorizam por onde passa. Roubou, morte, diria Drácon. Contudo, como por essas bandas sangue só o alheio, a morte será apenas política.


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