02/01/2019 às 08h16min - Atualizada em 02/01/2019 às 08h16min

Ao tomar posse, Bolsonaro promete reformas e combate à criminalidade

Às 15h10, Jair Messias Bolsonaro assumiu oficialmente a presidência da República pelos próximos quatro anos

Correioweb
Sob os gritos de "mito" e críticas da oposição, Jair Bolsonaro tomou posse como o 38º presidente do Brasil, em cerimônia realizada na tarde desta terça-feira (1/1). A cerimônia teve início por volta das 14h45, quando houve o desfile do cortejo presidencial da Catedral Metropolitana de Brasília para o Congresso Nacional. Com tempo nublado, o evento contou com a presença de, aproximadamente, 115 mil pessoas, segundo informações do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). 
 
Com pouco mais de quatro horas de evento, Bolsonaro foi recebido por autoridades brasileiras, representantes internacionais e brasileiros que acompanhavam a cerimônia do gramado da Esplanada dos Ministérios. Entre os principais destaques da cerimônia, estão os discursos de posse com ênfase na segurança pública, o discurso da primeira-dama Michelle Bolsonaro, o apoio dos correligionários, assim como a crítica da oposição pelas redes sociais. 
 
O primeiro pronunciamento como presidente empossado ocorreu pouco depois das 15h, em sessão solene na Câmara dos Deputados. O evento contou com a participação de outras autoridades, como o senador não reeleito Eunício de Oliveira (MDB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. 
 
Em discurso, Bolsonaro afirmou que vai "combater a ideologia de gênero", "dar condições de trabalho às polícias e as Forças Armadas", "combater a criminalidade e a corrupção", e "trabalhar incansavelmente para que o Brasil escreva um novo capítulo de sua história". Ele também agradeceu por estar vivo, lembrando a facada que levou durante campanha presidencial em Juiz de Fora (MG), e destacou que abrirá o mercado para o comércio internacional "sem o viés ideológico". Sem citar nomes, disse que os "inimigos da pátria" tentaram colocar fim à vida dele. 
 
Após o término da sessão solene, Bolsonaro voltou a desfilar em cortejo do Congresso Nacional até o Palácio do Planalto, onde subiu a rampa, visivelmente emocionado. Acompanhado da esposa, do vice-presidente empossado Hamilton Mourão e a mulher, Paula Mourão, os quatro foram recebidos pelo presidente Michel Temer, e a ex-primeira-dama Marcela Temer. 
 
Antes do segundo pronunciamento, houve uma quebra da protocolo de Michelle Bolsonaro fez um discurso em Libras antes do marido. O texto foi traduzido simultaneamente. "Gostaria de me dirigir à comunidade surda e às pessoas com deficiência: vocês serão valorizados", disse. Ela também beijou o marido durante o discurso, o que arrancou aplausos e gritos de 'mito' dos que acompanhavam a cerimônia. 
 
Durante a execução do Hino Nacional, um intérprete da linguagem de sinais também chamou a atenção dos internautas que viam a cerimônia de posse pela televisão. Enquanto fazia a tradução da letra da música, o homem dançou e fez gestos.  


Segundo discurso 

 
No segundo pronunciamento, feito no Planalto, Bolsonaro disse que o povo "começou a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo estatal e do politicamente correto". No fim do discurso, o presidente ergueu a bandeira do Brasil, dizendo que ela jamais "será vermelha". 
 
Ele também ressaltou o pequeno gasto de recursos da campanha eleitoral, comparada a outros candidatos ao Planalto, e falou sobre a importância dos "valores tradicionais familiares", e citou a meritocracia como fundamental para a nação. "Nossa preocupação será com a segurança das pessoas de bem, da garantia dos direitos de propriedade e da legítima defesa", enfatizou Bolsonaro. Disse também que dará "respaldo" ao trabalho das forças de segurança”. Ao término do discurso, emocionado, disse que será um "novo tempo" para o Brasil e para os brasileiros. 
 
No fim da tarde, foi a vez dos 22 ministros de Bolsonaro tomarem posse. O governo reduziu de 29 para 22 o número de pastas. O primeiro a assinar o termo de posse foi o ex-juiz federal Sérgio Moro
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O último desfile do cortejo presidencial foi em carro fechado em direção ao Itamaraty, onde Bolsonaro e Michelle receberam convidados para um coquetel. O governo estina que podem comparecer até 4,6 mil convidados — entre eles, membros da equipe de governo, parlamentares, chefes de poder e representantes da sociedade. 
 

Oposição

A posse foi um dos assuntos mais comentados no Twitter mundial, com a hashtag #Possepresidencial. Também chegou nos Trending Topics o “Fora Bolsonaro”. Ausentes na cerimônia de posse, a oposição usou o microblog para criticar os discursos feitos. O senador Humberto Costa (PT-PE) escreveu que “o sujeito que foi deputado federal por 28 anos e tem três filhos na política fala de meritocracia para um país de 55 milhões de pobres. É um escárnio”, afirmou. 
 

Destaque internacional   

Ao todo, 46 delegações estrangeiras participaram da cerimônia de posse. Foram três vice-presidentes, 12 chanceleres, três diretores de organismos internacionais de 18 enviados especiais. Foi o menor número de delegações estrangeiras em posse presidencial desde Fernando Collor. 
 
Entre os presentes, estavam o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, o presidente da Bolívia, Evo Morales, o de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo. Apesar de não ter comparecido ao evento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou o discurso de Bolsonaro pelo Twitter. “Parabéns ao presidente Jair Bolsonaro, que fez um ótimo discurso de inauguração. Os Estados Unidos estão com você” escreveu. A equipe do presidente respondeu ao tweet, agradecendo o apoio. “Senhor presidente Drump, agradeço suas palavras de apoio, sob a proteção de Deus, traremos mais prosperidade e progresso para nossos povos”, disse.  

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