Enviada especial a Lisboa (Portugal) – O governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou nesta quinta-feira (14/3) sobre a cobrança dos professores de um reajuste salarial de 37% – mesmo percentual que deve ser oferecido aos policiais civis. Em viagem a Lisboa para assinar uma parceria com a TAP Air Portugal, o emedebista disse ter recebido ultimamente os docentes com todo respeito e responsabilidade de quem deve governar a cidade.
“Todos têm conhecimento do orçamento do DF e sabem das dificuldades, mas, no meu compromisso de campanha, eu disse que iria valorizar todos os servidores, começando pela saúde, segurança e educação. A reivindicação pode ou não ser justa, mas vou tratar a cidade com responsabilidade, sem quebrar o orçamento como outros governadores fizeram”, afirmou o governador.
Segundo Ibaneis, a negociação está aberta “de forma muito franca com as condições que o orçamento permite”. Ele afirmou que também deseja ser respeitado pelas categorias. “Reivindicações são normais, mas a realidade vai ser enfrentada como tem de ser.” O gestor lembrou ainda dos antecessores no Palácio do Buriti Agnelo Queiroz (PT) e Rodrigo Rollembeg (PSB).
"Um deu reajuste que não podia dar e outro não teve a responsabilidade de pagar aquilo que foi concedido antes. Abri mesa de negociação com todas as categorias e vou fazer isso com muita responsabilidade" Ibaneis Rocha, governador do DF
Os professores discutiram, em assembleia nesta quinta-feira (14), a pauta de reivindicações da categoria que será apresentada ao GDF nos próximos dias. Entre elas, o reajuste de 37%, o mesmo percentual que deve ser oferecido aos policiais civis. No encontro, além de aprovar o calendário de mobilização permanente, os docentes se colocaram contrários à gestão compartilhada com militares nas escolas.
A assembleia, com paralisação em muitos colégios públicos, começou às 9h30, no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. O Sindicato dos Professores (Sinpro) calcula que 5 mil pessoas estiveram presentes. A Polícia Militar fala em 1,5 mil.
Além do reajuste, os professores querem cobrar o pagamento da terceira parcela do aumento do funcionalismo, que deveria ter saído em 2015; o cumprimento das 21 metas do Plano Distrital de Educação (PDE); a regularidade nos repasses do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf); e a construção/reforma de escolas e creches públicas.
Também estão entre os pedidos da categoria: reajuste do auxílio-alimentação; plano de saúde; pagamento da pecúnias, entre outros. “Com essa assembleia, damos início à nossa mobilização para discutir com o governo a nossa pauta aprovada no ano passado. Já temos uma conquista, que foi a criação do grupo de trabalho nessa quarta [13]”, disse Rosilene Correa, diretora do Sinpro-DF.
Sobre possível paralisação, ela diz que o sindicato avalia que, neste momento, é hora de organizar o calendário de mobilização. “Uma greve depende muito mais da posição do governo, se vai realmente levar a sério o processo de negociação com a categoria ou não”, ressaltou.