A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidiu prorrogar por mais um ano os trabalhos da força-tarefa de procuradores que atuam na Operação Lava Jato no Paraná. A portaria que vai oficializar a medida será publicada nesta terça-feira (13) e manterá a estrutura do grupo, composto por 15 procuradores, sob o comando de Deltan Dallagnol.
É a quinta prorrogação dos trabalhos desde 2014, quando as investigações começaram. A equipe também continuará com orçamento de aproximadamente R$ 800 mil para gastos com pagamentos de diárias e passagens para procuradores e servidores que estiverem no trabalho de investigação.
Passados cinco anos e desencadeadas 61 fases, as investigações da Lava Jato, só no Paraná, resultaram em 244 condenações de 159 pessoas, em 50 processos, acusados de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e organização criminosa.
A criação ou encerramento de forças-tarefas é de responsabilidade do procurador-geral da República. A força-tarefa da Operação Lava Jato acabaria em 9 de setembro, mesmo mês em que encerra o mandato de Raquel. A decisão surtiu o efeito de uma bomba no Supremo Tribunal Federal, onde há um movimento subterrâneo para afastar Dallagnol da força-tarefa.
Há semanas o site The Intercept Brasil publica reportagens baseadas em conversas atribuídas a procuradores da Operação Lava Jato, entre eles o próprio Deltan Dallagnol. No início do mês, a PGR negou em nota informações de que Dodge esteja sofrendo pressões para afastar o procurador da coordenação da força-tarefa.
A nota foi divulgada pela Procuradoria para desmentir reportagens segundo as quais ministros do Supremo estariam pressionando a procuradora-geral para afastar o responsável pela Lava Jato em Curitiba. Em nota, a PGR disse que Deltan tem garantia constitucional de não ser afastado dos processos da Lava Jato, dos quais é o promotor natural, atuando em conjunto com os demais membros da força-tarefa, designados pela procuradora-geral.