O documento foi enviado dois dias depois de o The Intercept Brasil começar a divulgar supostas mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato, como Deltan Dallagnol, e o ex-juiz federal Sergio Moro. Os diálogos sustentam uma série de reportagens que ficou conhecida como Vaza Jato. David Miranda é casado com o jornalista Glenn Greenwald, cofundador e colunista do site.
A partir do documento, o MP do Rio abriu uma investigação para apurar as movimentações feitas por Miranda. A 16ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro barrou, nessa terça-feira (10/09/2019), a tentativa do órgão de quebrar o sigilo fiscal e bancário do deputado. Em despacho, o juiz pede que Miranda e outras quatro pessoas sejam ouvidos antes.
Procurado pela reportagem, Miranda afirmou, por meio da assessoria, que o cargo de deputado não é a única fonte de renda e, portanto, “as movimentações são compatíveis com sua renda familiar”. O parlamentar recebe R$ 33,7 mil de salário, de acordo com informações da Câmara.
Miranda afirmou que depósitos fracionados detectados pelo Coaf vêm de uma empresa de turismo da qual é sócio com Glenn Greenwald. O deputado, porém, não informou os serviços prestados pela companhia e disse que os demais esclarecimentos serão prestados no Judiciário.