Segunda-feira, 17/11/25

Prefeito vai para cadeia 4 dias após receber medalha da PM

Prefeito Henrique Budke recebeu medalha da PM dias antes de ser preso. (Reprodução)

Tudo foi compartilhado por ele e a esposa nas redes sociais. “Orgulho de você e toda a sua trajetória, meu amor!”, disse a mulher.

Preso na terça-feira (9), acusado de chefiar esquema de corrupção, o prefeito de Terenos, Henrique Budke (PSDB), havia recebido medalha de honra ao mérito da Polícia Militar, na sexta-feira passada, quatro dias antes da operação do Gaeco que o levou para trás das grades.

No entanto, a prisão rendeu comentário negativo também de eleitor: “Um dia sendo homenageado, no outro sendo escoltado”.

Então, ao compartilhar a honraria, Budke declarou: “Recebo essas homenagens com humildade e como um reconhecimento ao trabalho que desenvolvemos em Terenos”.

Criadas em 1992, as honrarias, conforme a PM, reconhecem contribuições relevantes para a corporação e para a segurança pública do Estado. No total, 227 personalidades civis e militares foram agraciadas com a medalha.

O prefeito foi preso durante a operação Spotless, junto de um policial militar do Choque, o terceiro-sargento Fábio André Hoffmeister Ramires. Além deles, outras 10 pessoas foram presas: Arnaldo Santiago, Sansão Inácio Rezende, Nadia Mendonça Lopes, Orlei Figueiredo Lopes, Genilton da Silva Moreira, Eduardo Schoier, Fernando Seiji Alves Kurose, Hander Luiz Corrêa Chaves, Sandro José Bortoloto e Valdecir Batista Alves.

Cinco dos doze presos faziam parte da mesma loja maçônica de Terenos: Genilton, Fábio André, Orlei, Henrique Budke e Hander. (Reprodução)

Líder do esquema de fraude em licitação

Henrique Budke é apontado como líder da organização criminosa que desviou mais de R$ 15 milhões dos cofres públicos, segundo a investigação.

A investigação apontou que o grupo liderado por Budke tinha núcleos com atuação bem definida. Servidores públicos fraudaram disputa em licitações, a fim de direcionar o resultado para favorecer empresas.

Os editais foram elaborados sob medida e simulavam competição legítima. Somente no último ano, as fraudes ultrapassaram os R$ 15 milhões.

O esquema ainda pagava propina para agentes públicos que atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, bem como aceleravam os processos internos para pagamentos de contratos.

A Operação Spotless foi deflagrada a partir das provas da Operação Velatus, que foi realizada em agosto de 2024. O Gaeco e Gecoc obtiveram autorização da Justiça e confirmaram que Henrique Budke chefiava o esquema de corrupção.

Spotless é uma referência à necessidade de os processos de contratação da administração pública serem realizados sem manchas ou máculas. A operação contou com apoio operacional da PMMS (Polícia Militar de MS), por meio do BPCHq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).

Correio de Santa Maria, com informações da Polícia Militar (MS)

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