Quinta-feira, 13/11/25

Com juros altos, endividamento e inadimplência crescem entre as famílias

Pé no freio: a alta de 10,7% em 12 meses no crédito é menor do que no mês passado (Sidney de Almeida/Getty Images)

Endividamento compromete quase a metade da renda mensal das famílias, segundo mostra o relatório do Banco Central

Mesmo com a taxa básica de juros em 15% ao ano, o crédito segue em expansão moderada no Brasil, mas os sinais de alerta já começam a aparecer, especialmente entre as famílias. O endividamento das famílias cresceu no mês e nos últimos 12 meses: atingiu 49% da renda, e o comprometimento com pagamento de dívidas chegou a 27,8%.

Em junho, o percentual de atrasos de mais de 90 dias nas operações com pessoas físicas atingiu 6,3% no crédito livre, o maior nível entre todos os segmentos acompanhados pelo Banco Central. No total do sistema financeiro, a inadimplência subiu para 3,6%, mantendo a tendência de alta observada nos últimos meses.

Em junho, o volume total de operações de crédito do sistema financeiro nacional atingiu 6,7 trilhões de reais, segundo o Banco Central. O crescimento no mês foi de 0,5%, impulsionado tanto por empresas quanto por pessoas físicas. No entanto, o Relatório de estatísticas monetárias e de crédito divulgado nesta segunda, 28, mostra que a inadimplência e o comprometimento de renda das famílias continuam subindo. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) decide os rumos da taxa Selic e o mercado projeta que ela continue em 15% ao ano, maior patamar em quase 20 anos.

A alta de 10,7% em 12 meses no volume total de crédito é menor do que a registrada no mês anterior (11,8%), o que reforça a leitura de um movimento de enfraquecimento. Entre as pessoas físicas, o avanço foi de 11,9% em um ano; entre as empresas, de 8,8%. O crédito livre, aquele sem subsídios ou regras do governo, somou R$ 3,9 trilhões de reais, com crescimento anual de 9,7%.

Famílias mais endividadas A taxa média de juros das concessões atingiu 31,5% ao ano, com estabilidade no mês, mas alta de 3,6 pontos percentuais em relação a junho do ano passado. No crédito livre, a média sobe para 45,4% , e chega a 58,3% ao ano nas operações com pessoas físicas, como cartão de crédito e crédito pessoal.

Apesar da manutenção da Selic em patamar elevado, o spread bancário (diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados do cliente) segue alto, em 20,4 pontos percentuais.

Correio de Santa Maria, com informações do Banco Central

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