05/04/2021 às 07h50min - Atualizada em 05/04/2021 às 07h50min

Manaus: voluntário de ONG é preso por desviar cilindros de oxigênio

João Victor Araújo da Silva, que se identificava como policial, é acusado de ter desviado mais de 60 "balas" de oxigênio

Juliana Barbosa
METRÓPOLES
Amazonas enfrentou uma grave crise sanitária em janeiro deste ano, com falta de oxigênios em hospitais do estado por conta da pandemia da Covid-19, deixando uma série de pacientes mortos. Isto não impediu que cilindros de oxigênio fossem desviados por supostos participantes de organizações não governamentais (ONG’s).
 

Reportagem divulgada pelo Fantástico neste domingo (4/4) mostra que João Victor Araújo da Silva foi preso na última semana. Ele se tornou voluntário de uma ONG que transportava cilindros doados para hospitais de todo o estado do Amazonas.

Se apresentando como policial, João Victor desviava cilindros para revender a valores superfaturados. Segundo policiais, o acusado pode ter desviados mais de 60 “balas” (como são chamados, pelo formato) de oxigênio.
 

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“Ele se infiltrou numa organização sem fins lucrativos que distribui oxigênio às pessoas que mais precisavam nas estruturas hospitalares, e lá de dentro começou a desviar oxigênio e revender a preços superfaturados, lucrando com a desgraça dos outros”, explica a delegada Emília Ferraz.

Os cilindros chegavam até Manaus de avião ou barco. A ONG, por sua vez, era responsável por encaminhar os cilindros aos hospitais. A investigação ponta que o acusado sempre se oferecia para fazer o transporte.

Segundo a polícia, no auge da crise no Amazonas, ele chegou a revender o produto por R$ 6 mil.

Internet

Os cilindros eram vendidos, segundo a investigação, em páginas on-line, com perfis que permitiam identificar João Victor. O furto, porém, só foi investigado após um empresário alertar a SOS Amazônia que cilindros com a marca da ONG estavam sendo vendidos na internet.

O caso foi comunicado a polícia, que conseguiu rastrear João Victor. Segundo a investigação, após a crise de saúde no Amazonas, o falso voluntário começou a procurar “clientes” em outros estados. Em um áudio recuperado pela polícia, João Vitor diz que o furto “não dá B.O. não”.

Em seis meses, o suspeito conseguiu arrecadar R$ 140 mil, que, ainda segundo a polícia, gastou em festas e viagens.

 


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