As Forças Armadas vão pressionar novamente a Justiça Eleitoral. O Ministério da Defesa planeja remeter novo ofício cobrando respostas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a três questionamentos sobre a segurança do sistema de votação. A ação corrobora o que prega o comitê de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Atrás em pesquisas de intenção de voto a menos de 90 dias da eleição, Bolsonaro promove uma campanha de suspeição das urnas eletrônicas.
As Forças Armadas querem insistir, principalmente, numa reunião específica entre militares do Comando de Defesa Cibernética e técnicos civis da Justiça Eleitoral. O objetivo, segundo generais, seria discutir alguns critérios adotados pela Corte e a ampliação dos testes públicos de segurança, que devem incluir um novo modelo de urna a ser usado pela primeira vez em 2022. Mudanças no teste de integridade das urnas, e incentivo a auditoria externa feita por partidos, como pretende o PL.
"Não há sistema que não mereça aperfeiçoamento", disse o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, na quarta-feira, em comissão na Câmara. Os militares descartaram a ideia adotada pela Polícia Federal, de programar um software próprio para auditar a contagem de votos. Mas já desenham planos para que se engajem na fiscalização de cada etapa do processo.
Segundo o general, as Forças Armadas "estavam quietinhas no seu canto" e foram convidadas a participar pela Corte, para garantir um processo transparente, seguro e com melhores condições de auditoria. "Tenho tentado em várias oportunidades, para que possamos sentar à mesa, conversar, conhecer melhor. Não tenho tido êxito", queixou-se o general. "O sistema está na mão do TSE, que vai decidir o que vai ou não acatar."