Goiânia: mecânico acusado de matar cliente que reclamou é condenado a 12 anos de prisão

​(Foto: Reprodução)

O tribunal do júri condenou o mecânico Ivan Carlos Santarino, 46 anos, em 12 anos e seis meses de reclusão. O homem foi acusado de matar um cliente que reclamou do serviço dele em uma oficina do Jardim Novo Mundo, em Goiânia. A vítima foi o motorista de aplicativo Edimar Alves Taveira, 35, e o crime aconteceu no dia 13 de janeiro deste ano.

Inicialmente a pena era de 13 anos de reclusão, mas o magistrado reduziu a pena em seis meses por se tratar de réu confesso. A defesa argumentou legítima defesa, mas a tese não foi aceita pelo júri. Ivan já está detido na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia.

Em relação ao julgamento, ele foi presidido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara. “Merece o acusado aguardar o trânsito em julgado da sentença preso no estabelecimento prisional em que se encontra, em razão da condenação e em função de, no meu entendimento, ainda persistirem os motivos ensejadores da prisão anteriormente decretada”, escreveu o magistrado.

Caso
De volta ao caso, a vítima tinha um Gol G6, que usava para trabalhar, e o carro começou a apresentar defeito no dia 2 de janeiro. Consta nos autos que Edimar levou o carro à oficina de Ivan e que foi informado de que seria necessário trocar peças. O serviço custou R$ 300 e foi finalizado no mesmo dia. Ocorre que o defeito não foi solucionado, e o dono do veículo voltou à oficina.

Após nova consulta, o mecânico argumentou que havia problemas no funcionamento de um cabeçote e que o novo reparo custaria R$ 1,2 mil. A vítima autorizou o conserto e, embora a oficina tenha cobrado dele um valor diferente do combinado, quitou-o em duas parcelas.
 
Como o carro continuou a apresentar defeito, Edimar optou por consultar outro profissional, que identificou que as peças colocadas eram usadas e que o serviço havia sido mal feito.

Desentendimento final
No dia 13 de janeiro de 2023, Edimar e sua esposa foram à oficina do Ivan para buscar uma capa de motor que havia ficado no local. Enquanto a esposa permaneceu na oficina, Ivan foi providenciar as notas fiscais e Edimar deixou o local para buscar o cabeçote. Quando Edimar retornou, disse que não entregaria o cabeçote, e que Ivan não colocaria mais a mão no carro dele.

Ivan teria dito: “O que você veio fazer aqui então?” Edimar, então, respondeu que ingressaria com uma ação na justiça para se ressarcir dos valores gastos com o “serviço que não prestou”.

Ivan pegou um revólver que estava em sua caminhonete e Edimar correu, mas foi alcançado por uma saraivada de tiros. O motorista de aplicativo foi atingido e morreu pouco depois, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).