Feminicídios e estupros continuam em alta em Goiás

​(Foto: Polícia Civil)

Goiás registrou 32 feminicídios e 1.602 estupros no primeiro semestre de 2023. Os números representam aumento desse tipo de crime quando comparados com o mesmo período de 2022, quando tiveram 31 casos, portanto, um aumento de 3,2%. Quando analisado do período entre 2019 e 2023, o aumento é 128,6%. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
 
Goiás teve o maior número absoluto de feminicídios entre os estados da região Centro-Oeste, que registrou no 81 vítimas (com 32 em Goiás, 18 no Mato Grosso, 10 no Mato Grosso do Sul e 21 no Distrito Federal). Ainda assim, a região apresentou redução 3,6% em relação ao ano anterior.

A região Norte teve 69 vítimas, queda de 2,8%; enquanto a região Nordeste apresentou a maior redução do período, de 5,6%, e contabilizou 187 vítimas. No Sul, a redução chegou a 3,4%, com 112 vítimas no primeiro semestre de 2023.
 
A única região que apresentou crescimento foi a Sudeste, com 273 vítimas. A variação foi de 16,2% e determinante para o crescimento dos feminicídios em 2023.

Estupros
Os crimes de estupro também aumentaram de um ano para outro e no período compreendido entre 2019 e 2023. No primeiro semestre do ano passado, Goiás registrou 1.434 e subiu para 1.602 no primeiro semestre deste ano. O dado representa um aumento de 11,7%. Entre 2019 e 2023, a variação foi de 11,8%.
 
O Brasil registrou 34 mil casos de estupro e estupro de vulnerável de meninas e mulheres no primeiro semestre deste ano, crescimento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso significa que a cada 8 minutos uma menina ou mulher foi estuprada entre janeiro e junho no Brasil, maior número da série iniciada em 2019.

Estes dados correspondem aos registros de boletins de ocorrência em delegacias de Polícia Civil de todo o país e, portanto, podem ser ainda maiores dada a subnotificação de casos de violência sexual.

Os dados de perfil das vítimas de estupro do Brasil, consolidados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que a maior parte das vítimas de violência sexual no Brasil são crianças, e o local onde essa violência ocorre é dentro das próprias casas, com autoria de pessoas conhecidas das vítimas, geralmente familiares.

Em relação a idade, 61,4% das vítimas tinham entre 0 e 13 anos de idade, e 8 em cada 10 tinham menos de 18 anos. A maioria das vítimas, 88,7%, eram do sexo feminino, e 56,8% eram negras.