O comerciante Cleriston Pereira da Cunha, um dos presos pelos atos de 8 de janeiro, morreu aos 46 anos nesta segunda-feira (20) na Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal. Segundo a administração do presídio, a causa da morte foi um mal súbito durante banho de sol. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados e tentaram reanimar o preso, que não sobreviveu.
O homem estava detido no presídio desde 9 de janeiro. Ele foi preso no Senado durante os atos antidemocráticos de vandalismo. De acordo com a defesa de Cleriston, o comerciante estava na manifestação mas não cometeu atos de vandalismo, ele entrou no Congresso apenas como tentativa de se abrigar contra as bombas de gás que foram lançadas.
A defesa do preso tentava a soltura de Cleriston. Em 7 de novembro, foi encaminhada uma petição ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em favor da liberdade do acusado. Segundo o advogado, o homem tinha parecer favorável da Procuradoria Geral da República (PGR) para ser solto, mas o pedido não chegou a ser julgado.
“A defesa reitera todos os argumentos apresentados nas alegações finais, e reitera para que sejam analisados os mais de oito pedidos de liberdade do acusado, que até o presente momento, parecem ter sido simplesmente esquecidos por esta respeitosa Corte”, diz a petição.
A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, relator das ações dos atos de 8 de janeiro, a morte do preso. O magistrado, por sua vez, exigiu que a direção do presídio preste esclarecimentos sobre o caso.
“Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu Cleriston Pereira da Cunha, oficie-se, com urgência, à direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia”, escreveu Moraes.