02/12/2018 às 06h20min - Atualizada em 02/12/2018 às 06h20min

BOLSONARO DEVE JOGAR PESADO PARA ACABAR COM ‘LEIS BOAZINHAS’

José Seabra
Notibras

O Congresso Nacional vai mudar a partir da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro. Não por ingerência direta do Palácio do Planalto na Câmara ou no Senado. Mas pela atuação firme das bancadas de diferentes partidos, à frente o PSL – legenda de Bolsonaro -, comprometidos com um novo Brasil.

Essa a expectativa do general Paulo Chagas (PRP), manifestada em conversa com Notibras. Falando na condição de cidadão e não como militar que leva estrelas nos ombros, ele lançou a campanha ‘Pare! Chega de Impunidade’, num recado claro a congressistas que aprovam leis que beneficiam criminosos, e ao Supremo, que acata leis que vão contra os interesses da sociedade.

Um exemplo claro a ser combatido, sinaliza Paulo Chagas, é o indulto natalino do presidente Michel Temer, que serve para beneficiar criminosos de colarinho branco. Durante café em que se falou sobre a atual conjuntura política do País, o general foi enfático: ”Quando as coisas são feitas para não serem perfeitas, beneficia-se apenas um segmento que costuma se locupletar dos bens públicos”.


Paulo Chagas cita como exemplo a cada vez mais crescente politização que desmoraliza as Cortes superiores. “Essa politização surge para fazer o Supremo desacreditado. Fez parte dos planos do PT de se perpetuar no Poder. Eles (os petistas) se ampararam no sistema da reeleição – criado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, à revelia do seu partido -, permitindo o aparelhamento e a desmoralização do Poder Judiciário”.

Paulo Chagas, durante café. Corrupção azeda a imagem do Brasil. Foto/Notibras

Às vésperas de duas decisões a serem tomadas pelo Supremo (a manifestação final sobre o indulto proposto no ano passado por Temer a criminosos de colarinho branco e o habeas corpus que pode livrar o ex-presidente Lula da cadeia), Paulo Chagas vê a justiça brasileira no nível mais baixo do seu descrédito. “A impunidade é a mãe da injustiça, da corrupção e da violência; exatamente o que vemos hoje no Brasil. E isso é lamentável”, diz.

Para se contrapor ao quadro reinante, Paulo Chagas entende que a partir do próximo ano haverá uma mudança completa no Executivo. A postura moralizadora deve ter reflexos no Congresso Nacional. E, por efeito cascata, no próprio Judiciário. Ele insiste que fala como cidadão, mas nunca é demais lembrar que tem amigos influentes no universo que gira em torno de Bolsonaro. Os generais Mourão (vice) e Heleno (Defesa), além de Gustavo Bebianno que terá um gabinete no Palácio do Planalto, são um exemplo dessas amizades. –

Crítico ferrenho de dispositivos da Constituição de 88, Paulo Chagas entende que as leis em vigor permitem liberdade de ação para o crime organizado. E não mede palavras ao se referir a Michel Temer, que, indiciado por organização criminosa (o presidente responde a processos no Supremo por corrupção e lavagem de dinheiro, mesmo assim “assina induto natalino para beneficiar seus camaradas presos. Para piorar, manobra, por meio de advogados, para que o Supremo aprove essa absurda iniciativa”.

A impressão que se tem, segundo a ótica do general, é que existe no Brasil uma quadrilha com estatuto definido. Nem o Supremo Tribunal Federal escapa das críticas de Paulo Chagas. “Os ministros daquela Corte que votam favoravelmente a um indulto para beneficiar bandidos que cumprem pena de corrupção, estão coniventes com o crime”, sustenta.

Mas, para Paulo Chagas, ‘essa súcia’ (bando de indivíduos de má índole que se junta para roubar), está com os dias contados. “Com a chegada de Bolsonaro ao Poder, virá junto a mudança que acabará com impunidade e a falta de caráter da classe que se diz autoridade no País”.

E o gesto de moralidade de Bolsonaro, encerra Paulo Chagas, deve ser abraçado pelo povo. Até porque, conforme suas próprias palavras, é hora de dar um basta e acabar com a impunidade.


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