Mais de 50 pessoas com idades entre 14 e 96 anos foram resgatadas com graves ferimentos e em estado de desnutrição em uma espécie de “campo de concentração”, em Anápolis. A ação policial ocorreu na terça-feira (29) e prendeu seis pessoas responsáveis pela clínica clandestina.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas eram mantidas em cárcere privado e tortura. Os pacientes eram levados de forma ilegal e involuntária ao local, onde eram trancados mediante pagamento de, no mínimo, 1 salário mensal. Entres os pacientes estão pessoas com deficiência intelectual e física, além de dependentes químicos.
Eles eram mantidos em ambiente insalubre, sem medicação e alimentação, e nenhum acompanhamento médico ou psicológico. Ainda segundo a PC, várias vítimas apresentavam lesões graves, desnutrição e confusão mental compatível com sedação.
“Sem dúvida era um campo de concentração. Não tem outra denominação. As pessoas eram levadas para lá contra a vontade. Tinha um autista de 17 anos, que apanhava e levava banho de água fria para não gritar”, disse o delegado Manoel Vanderic a um veículo local.
Durante a ação policial, seis pessoas foram presas em flagrante, sendo elas, o casal proprietário do local e quatro funcionários que agrediam fisicamente os pacientes. Um sétimo envolvido fugiu e é procurado.
As vítimas foram acolhidas pelos serviços de saúde mental e assistência social da Prefeitura de Anápolis. As equipes realizaram a identificação das vítimas e diligências para localizar familiares, já que muitos são de outros estados