Família quer acesso à investigação sobre a morte de empresário envolvido no 8 de Janeiro

Cleriston Pereira da Cunha estava preso na Papuda, acusado de envolvimento nos ataques às sedes do Palácio do Planalto, do Supremo e do Congresso

19/05/2025 06h57 - Atualizado há 11 horas
Família quer acesso à investigação sobre a morte de empresário envolvido no 8 de Janeiro
Cleriston Pereira da Cunha estava preso na Papuda, acusado de envolvimento nos ataques às sedes do Palácio do Planalto, do Supremo e do Congresso.

No dia 20 de novembro de 2023, por volta de 10 horas da manhã, o empresário Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, 46 anos, morreu na penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele estava preso desde 8 de janeiro de 2023, acusado de participar da invasão e depredação das sedes do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).

A causa da morte foi um infarto. O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo sobre os atos golpistas, determinou que fosse feita uma investigação sobre as circunstâncias da morte. Segundo o laudo do IML, havia sangue na boca e no queixo do empresário.

A família do empresário reclama que nunca conseguiu ter acesso à investigação, que é sigilosa. “Descobrimos que há esse processo porque um dos excompanheiros de cela dele foi notificado para depor na Polícia Federal. Peguei cópia da intimação e descobri que tinha essa petição”, ressaltou o advogado Ezequiel Silveira, que pediu ajuda à Ordem dos Advogados do Brasil para tentar conseguir acesso aos autos.

Edjane Duarte da Cunha, viúva do empresário, prestou depoimento e confirmou que o marido era portador de uma vasculite na aorta, uma cardiopatia grave, além de ser diabético e hipertenso.

“O que Alexandre de Moraes quer esconder da família?”, questiona advogado

Ela, no entanto, ressaltou que o marido reclamava que os medicamentos que ele usava não estavam chegavam à cela. Além disso,de acordo com a viúva, todas as vezes em que ele passava mal, ao invés de receber o devido atendimento médico, era levado para uma área isolada da Papuda.

“O que Alexandre de Moraes quer esconder da família?”, questiona o advogado.

Há dois inquéritos investigando a morte do empresário. O primeiro, que tramita no Supremo, é conduzido pela Polícia Federal e é sigiloso. E um segundo que é de responsabilidade da Polícia Civil do Distrito Federal.


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