Em ato com povos da floresta amazônica, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta sexta (2/9) que, se eleito, "a boiada não vai mais passar" na região. O candidato à Presidência da República também prometeu criar um ministério para os povos originários e colocar um indígena como presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai).
"Quero dizer para vocês que a boiada não vai passar mais. Temos que criar na sociedade brasileira a consciência de que a manutenção da floresta em pé é mais saudável, é mais rentável, do que tentar derrubar árvore para plantar soja, para plantar milho, para cortar cana e para criar gado", discursou o presidenciável, fazendo referência a fala do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
Em 2020, durante uma reunião ministerial, Salles disse que era preciso aproveitar a cobertura midiática sobre a pandemia da covid-19 para "ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas" ambientais.
Promessa de maior participação indígena
Lula participou hoje de um ato com povos da floresta em Belém, no Pará. Estavam presentes representantes de comunidades que vivem na região amazônia, reitores e pesquisadores. Acompanharam o petista o ex-presidente da Funai durante do governo de Lula, Márcio Meira, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o senador Paulo Rocha (PT-PA), o coordenador do programa de governo Aloizio Mercadante (PT) e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSol).
Em seu discurso, o candidato prometeu criar o Ministério dos Povos Originários e recriar o Ministério da Pesca, além de uma maior participação dos indígenas no governo. "O presidente da Funai não precisa ser um branco igual a mim. Ele pode ser um indígena ou uma indígena para dirigir a Funai", disse Lula. "Eu acho que vocês terão representação oficial para que vocês não fiquem sendo tratados como se fossem crianças mimadas que não sabem o que querem", completou.